O Síndrome femoropatelar ou síndrome da dor anterior de joelho é um problema comum caracterizado pelas molestias de dor provocadas por um desequilibrio biomecânico que afecta a articulação do joelho. Esta patologia atinge aproximadamente um 25% da população e é mais comum em atletas ou mulheres sedentárias. (Davis 2010, Lankhorst 2012).
O exercício terapêutico é uma das soluções que existe para tratar o síndrome femoropatelar ou sindrome da dor femoropatelar, reduzindo a dor e contribuindo para a recuperação da patologia a largo prazo. O fisioterapeuta catalão, Arnau Mach, propôs o exercício com máquinas isoinerciais como uma opção terapêutica válida a utilizar no tratamento desta patologia. Continue a ler e saiba tudo!
Síndrome Femoropatelar: causas e tratamento
A etiologia do síndrome de dor femoropatelar hoje em dia ainda não clara. Contudo, são descritos factores locais (relação entre a rótula e outros estruturas subjacentes), assim como também fatores distais, como a mecânica do pé e do tornozelo, e fatores proximais como a mecânica da bacia e do tronco. (Davis 2010). Existe também alguma relevância em fatores como a falta de força no músculos extensores do joelho e um défice de flexibilidade nos músculos da perna (Lankhorst 2012).
Segundo Dye (2001), um dos fatores mais comuns observado neste tipo de patologias é, independentemente da biomecânica, o aumento da carga sobre as estruturas num período de tempo demasiado curto e sem dar tempo suficiente para que este se possa recuperar.
Para o tratamento do síndrome femoropatelar é frequentemente aplicado um tratamento conservador. O objetivo deste é, em grande parte, melhorar a mecânica articular (através da órtese para joelho ou tape), assim como também, fortalecer os músculos (especialmente os quadrícepes).
Durante os últimos anos a pontencialização dos músculos da bacia começou a ganhar uma maior importância (Souza 2009, Willson 2008).
“Hoje em dia e tal como indica a revisão de literatura Cochrane de Van der Haijden et al el 2015, o exercício terapêutico utilizado no tratamento do síndrome femoropatelar reduz de uma maneira clínicamente significativa a dor do paciente e melhora a capacidade funcional do mesmo, assim como também, é a considerado como sendo a chave para a recuperação desta patologia a longo prazo”, afirma o fisioterapeuta catalão Arnau Mach.
Exercicio terapêutico com máquinas isoinercias: Proposta de tratamento do Síndrome Femoropatelar
No presente post será realizada uma introdução da proposta de tratamento do síndrome femoropatelar com máquinas isoinerciais aplicando exercício terapêutico.
Arnau March, fisioterapeuta, afirma que “para realizar este trabalho vamos usar a máquina isoinercial EPTE® Inertial Concept e o complemento Therapeutic Inertial Squat e o auxílio do Encoder EPTE® que irá permitir a realização de uma progressão de forma segura e controlada. Será utilizado também um tape de “recentragem” da rótula com o objetivo de criar um efeito analgésico. Isto vai permitir a realização de exercícios terapêuticos com carga com o objetivo de fortalecer o aparelho extensor do joelho”.
A utilização do tape de correção do deslizamento lateral da rótula, usado regularmente em programas de reabilitação, deve-se a uma razão mecânica. Atualmente, devido à fisiologia e a sua relação entre os côndilos femorais/rótula, existe uma clara tendência de que esta patela se mova lateralmente, aumentando muito significativamente a pressão que é submetid nesta região.
Sabe-se também que, quando existe um desequilibrio do quadríceps devido à rigidez e algum encurtamento na sua parte lateral, pode provocar um tilt lateral da rótula (algo muito comum num síndrome de dor patelofemoral (Lun et al, 2005). Assim sendo, com o uso deste tape, é possível conseguir um melhor alinhamento da rótula (medida radriográficamente) assim como também uma melhoria na função do quadríceps. (Krossley K, et al. 2000).
Ângulo fisiológico comum com o movimento lateral do joelho (Janice K.Loudon, 2016)
Partes de contacto entre côndilos com rótula segundo o grau de flexão do joelho. De 0 a 90º graus de flexão do joelho é possível observar que na parte medial não existe contacto. Esta é uma das razões que nos levam a trabalhar com o squat e a realizar sentadilhas de 90º, trabalhando a ativação do quadríceps.
Ao realizar o exercício com squat, é necessário ter em conta que não exista uma rotação do fémur, ou seja, que os joelhos não se realizem um movimento para dentro. O movimento realizado de maneira errónea pode resultar no aumento da pressão femoropatelar na sua área de contacto e um stress importante do tecido na zona lateral da rótula (Powers et al, 2003; Li et al, 2004).
No seguinte post será explicado um caso real de um paciente com síndrome femoropatelar que realizou um programa de exercícios terapêuticos pautados com a máquina inercial para a sua recuperação.
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